Por ir além do papel de porta-voz da instituição, Karol Wojtyla será lembrado por seu caráter carismático e missionário, que trabalhou para levar o Evangelho a todos os continentes. Mais que isso, seu papado ficou marcado pela mudança, desde o momento de sua eleição. Após 455 anos, um Papa não-italiano foi eleito. O primeiro Papa polonês. O primeiro representante do catolicismo eslavo. Em Uma Vida com Karol, o Cardeal Stanislaw Dziwisz, que acompanhou João Paulo II durante quarenta anos, revela detalhes novos e fascinantes sobre as opiniões, as esperanças e os medos do Papa. Em parceria com o jornalista Gian Franco Svidercoschi, o Cardeal percorre os principais momentos da dramática vida de Karol Wojtyla. São histórias sobre os bastidores do Vaticano, contadas por quem acompanhou todas as decisões importantes João Paulo II. A obra - que já vendeu mais de 500 mil exemplares em todo o mundo - esclarece alguns dos fatos mais marcantes do Pontificado do Papa Wojtyla. Por que o religioso foi o primeiro chefe da Igreja Católica, em 2 mil anos, a entrar numa sinagoga? E por que pronunciou palavras tão duras contra o anti-semitismo? Dziwisz acredita que o fato do Papa ter passado a infância na cidade polonesa de Wadowice - onde um terço da população de 10 mil habitantes era judia -, explica tais atitudes. Ainda criança, Wotjyla começou a amadurecer a convicção de que judeus e católicos fossem unidos por pregarem o mesmo Deus. "Era preciso um Papa como ele, com sua história, para relembrar, com credibilidade, as raízes hebraicas do cristianismo e tornar a propor a ligação espiritual que une judeus e cristãos, admitindo a frouxa resistência espiritual de muitos cristãos frente ao nazismo de Hitler", diz o autor. João Paulo II foi também o primeiro líder da Igreja Católica a entrar em uma mesquita: a mesquita dos Omayyadi, em Damasco, no dia 6 de maio de 2001. Para Dziwisz, "essa foi uma grande página da história religiosa, não só pelo que significava com relação a um passado conturbado, mas, sobretudo pelo empenho, por parte de cristãos e muçulmanos, de não abusar mais da religião para justificar ódio e violência, mas para reencontrar os fundamentos comuns". No livro, os autores tocam também em assuntos polêmicos como o atentado que quase matou João Paulo II em 1981. O secretário diz que tanto ele quanto o Papa acreditavam no envolvimento da União Soviética: "Todos os caminhos levam à KGB (ex-agência soviética de inteligência)". Falam ainda sobre como João Paulo II sofreu com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e revelam as tentativas fracassadas do religioso em evitar a Guerra do Iraque. Nem mesmo os momentos finais do Papa, no dia 2 de abril de 2005, depois de uma batalha de dez anos contra o mal de Parkinson, são omitidos. Mas Uma vida com Karol destaca principalmente as realizações do Pontificado de João Paulo II, como ele projetou um modelo de Igreja em condições de enfrentar, e de aceitar, os desafios da modernidade e de uma sociedade pluralista. "O Papa defendeu a vida reafirmando a verdade divina, mas também em nome da verdade do homem e da liberdade de consciência. Contestou a cultura do relativismo, mas ao mesmo tempo também abriu diálogo com a razão, e de certo modo com a modernidade, como nunca fizera a Igreja antes", afirma Dziwisz. Segundo ele, a frase que João Paulo II repetiu durante todo o seu pontificado - "o mundo pode mudar!" - é a herança mais preciosa que ele poderia deixar para os homens do século XXI.
Descrição
Informação Adicional
ISBN | 9788539003631 |
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Autor | Dziwisz, Stanislaw; Svidercoschi, Gian Franco |
Tradutor | Simonini, Lucia |
Editora | Ponto de leitura |
Encadernação | Livro brochura (paperback) |
Idioma | Português |
País | BR |
Páginas | 320 |
Formato | N/A |
Ano | 2012 |
Edição | 1 |
Ano da Edição | 2012 |
Origem | N/A |
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