Do mesmo autor de Branca como leite, vermelha como sangue - adaptado para o cinema - e Coisas que ninguém sabe, um paradoxo entre o bem e o mal.
“Embora eu seja uma série de 'emboras', só tenho pensamentos de amor, porque talvez seja o amor a unificar as peças, os pedaços, os fragmentos e a fundi-los em ouro. E o amor sempre arma sua emboscada ao cair da noite. Amor com letra maiúscula, como escrevia Petrarca, como um deus incógnito que, de repente, aparece no seu quarto para rabiscar tudo, remexer as suas vísceras e não lhe deixar alternativa a não ser ficar deitado olhando para o teto.”
A escola chegou ao fim, e o verão se abre à frente de Federico, tal como Palermo, sua deslumbrante e misteriosa cidade. Enquanto se prepara para estudar em Oxford, o garoto de 17 anos encontra 3P, o professor de religião, padre Pino Puglisi. Ele não se ofende, sorri. 3P o convida a ajudá-lo com as crianças do seu bairro antes que ele viaje.
Quando Federico atravessa a passagem de nível que separa Brancaccio do restante da cidade, ainda não sabe que nesse exato instante começa sua nova vida, a verdadeira. À noite, volta para casa sem bicicleta, com os lábios arrebentados e a sensação de ter descoberto uma realidade totalmente estranha, mas que lhe concerne de perto.
É o emaranhado de ruelas controladas pela Cosa Nostra. É também onde moram muitos que não renunciam à esperança de uma vida que os leve tão longe quanto a bola que recebe um chute muito forte.
“Todos pensam que é a vida que nos deve fazer felizes, mas uma coisa aprendi: para ser feliz, basta apenas ter coragem.”
“O que o inferno não é carrega romance, religiosidade e conflitos políticos sem ser qualquer uma dessas coisas. Em suas trezentas e tantas páginas o autor nos traz um ponto de vista muito importante e interessante sobre como temos a escolha de 'fazer a coisa certa', ou apenas fazer algo para melhorar [...] Eu sinceramente perdi as contas de quantas vezes senti arrepios percorrerem meu corpo todo, impressionada pela profundidade para a qual essas palavras me levavam.” - Quase Mineira
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