Escrito numa linguagem simples e com fundamento coerente e consistente, A geração do quarto discorre sobre questões fundamentais para se pensar a saúde mental e emocional dos jovens e adolescentes brasileiros.
Hugo Monteiro Ferreira é professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e coordenador do Núcleo do Cuidado Humano e do Grupo de Estudos de Transdisciplinaridade da Infância e da Juventude (GETIJ/UFRPE). Especializado na área da saúde mental e emocional de crianças, adolescentes e jovens, este seu livro é o resultado de uma pesquisa com milhares de jovens brasileiros, em várias capitais do país, e aponta para um quadro preocupante de intenso sofrimento dos jovens diante da realidade brasileira, das novas formas de socialização e das dores de crescimento em nossa sociedade.
Há um grupo de meninas e meninos, de 11 a 18 anos, frágeis emocionalmente, que demonstram sérios problemas de convivência entre os seus pares e também com os adultos com os quais convivem. Eles passam mais de seis horas por dia visivelmente isolados, o que demonstra profundo sofrimento psíquico. A esse grupo de meninos e meninas, chamei de “geração do quarto”, uma vez que todos possuem uma característica comum: passam muito tempo dentro desse cômodo, com quase nenhuma interlocução com as pessoas que moram na mesma casa, muita dificuldade de dizer o que sentem e um potencial de violência contra si ou contra o outro muito intenso, muito forte.
Um ótimo retrato da juventude contemporânea no Brasil, A geração do quarto é leitura indispensável para pais, mães, professores, cuidadores, terapeutas e todos que de alguma forma convivem com crianças e jovens.
Na orelha do livro, Carlos Henrique Aragão Neto, psicólogo, mestre em Antropologia e doutor em Psicologia e Cultura, afirma: “Após ter ouvido, por meio de questionários, entrevistas e grupos de discussão, cerca de 3.115 pessoas entre 11 e 18 anos de idade, de cinco capitais brasileiras, Hugo Monteiro Ferreira mostra como a condição socioemocional de crianças e adolescentes é tema dos mais urgentes, merecendo total atenção. A geração do quarto, matéria-prima dos estudos e das pesquisas de Hugo, mantém-se ‘isolada’ em seus claustros domiciliares, fazendo uso excessivo da tecnologia, dormindo mal, sem a prática regular de esportes, com sérios comprometimentos na socialização e na linguagem, por vezes apartada do contato com a natureza. Assuntos como comportamentos autodestrutivos, bullying, cyberbullying e psicopatologias estão presentes neste livro. Como funcionam as mídias para essas crianças e adolescentes? O que fazem os governos em relação a eles? Como agem as escolas? E o que é realmente mais relevante para a vida de nossos filhos?”
“Hugo entende que crianças e adolescentes nos ensinam, ainda que com o sofrimento da mente e do corpo, que o desamor causa adoecimento, gera sofrimento e provoca destruição; e também nos alertam para a relevância de práticas compassivas, empáticas, compreensivas, cuidadosas”, diz Humberto da Silva Miranda, doutor em História das Infâncias, no prefácio do livro.
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